Descontentes com a actuação da Inspecção-Geral das Actividades Económicas (IGAE), os agricultores e produtores de Santo Antão, acusa-o de não estar a cumprir o seu papel.
Informação avançada por António Carente, que falava no encontro dos produtores de grogue da ilha de Santo Antão, ocorrido no salão do Internato Grão-Ducado do Luxemburgo, exigindo que a IGAE cumpra o “que está na lei referente à produção de aguardente”.
“Após a implementação da Lei do Grogue”, prosseguiu António Carente, “houve melhoramento na produção e qualidade do grogue na ilha, menos mortes, a economia da ilha subiu e houve mais emprego no meio rural”.
O produtor sublinhou, ainda que de 2017 aos dias de hoje, as coisas pioraram. “Estamos assistindo o alastramento da aguardente de açúcar na ilha e podemos dizer que quase 90% das pessoas que têm trapiche ou motorizada produzem grogue de açúcar e em larga escala”, frisou.
O produtor foi mas longe denunciando que numa localidade, no interior do concelho da Ribeira Grande, com capacidade máxima de 10 a 12 mil litros de grogue, produz-se neste momento mais de 60 mil litros de grogue. Apelando à IGAE a serem mais “rigorosos” e “detalhistas” nas suas inspecções.
Por seu lado, o inspector-geral das Actividades Económicas (IGAE), Paulo Monteiro, afirmou que tomou em boa nota algumas questões pertinentes levantadas pelos produtores de grogue e garantiu que a IGAE “vai continuar a fazer a fiscalização”.
“Vamos tentar resolver, até onde podemos porque é um assunto transversal, que envolve muitas entidades. O trabalho de fiscalização em Santo Antão é um desafio enorme, mas vamos conseguir, com tranquilidade e boas estratégias, junto com as entidades da ilha, resolver estas questões”, pontuou Paulo Monteiro.
Por sua vez, á o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande (CMRG), Orlando Delgado, recordou que o encontro foi organizado pela Associação dos Municípios de Santo Antão, tendo em conta aquilo que é a importância da produção de aguardente para a ilha.
“Entendemos que era oportuno fazer o encontro com os produtores de Santo Antão e também com a IGAE para falarmos sobre alguns constrangimentos que existem em termos da produção, nomeadamente, a certificação, uniformização dos procedimentos da fiscalização, dos tipos de equipamentos que deverão ser usados para a fermentação, transporte de aguardente entre outros”, finalizou o edil ribeira-grandense.