Os produtores de inhame no Tarrafal de Monte Trigo, Porto Novo, Santo Antão, admitiram hoje poder exportar o produto para os mercados turísticos nacionais, com a instalação, nos princípios de 2022, de um entreposto agrícola nesta localidade.
Os produtores de inhame dizem acreditar que, com a instalação do entreposto agrícola, que se encarregará do processo de tratamento, embalagem e comercialização dos excedentes agrícolas, será possível colocar este produto nos mercados turísticos da Boa Vista e do Sal.
Até agora, os produtores conseguem vender o inhame somente em Santo Antão e na ilha vizinha de São Vicente, a “um preço pouco competitivo”, adiantaram.
João Domingos, um dos produtores, disse à Inforpress que a ideia de colocar o inhame nestes mercados nacionais mais competitivos “vem de longa data”, mas a quarentena vegetal imposta por causa da praga dos mil pés e as dificuldades de transporte constituem entraves.
Com a unidade de tratamento, embalagem e comercialização e, uma vez resolvidos os problemas de transportes interlihas, será possível colocar o inhame nos mercados competitivos, onde o preço é muito superior ao praticado em Santo Antão e São Vicente, adiantou.
Arlindo Mendes, outro produtor, também disse acreditar que, com o entreposto agrícola, será possível pensar em outros mercados, que não sejam apenas os de Santo Antão e Vicente, onde um quilo deste produto anda à volta de 130 escudos.
Outro mercado apetecido pelos produtores do inhame do Tarrafal de Monte Trigo é Santiago, onde o preço do inhame pode chegar a sete vezes superior, mas a questão do embargo imposto há quase 40 anos não permite a exportação para esta ilha.
Com a instalação do entreposto agrícola, projeto na fase de implementação no quadro do programa de promoção das atividades sócio-económicas rurais (Poser), os produtores vão poder tratar e embalar os produtos localmente e exportá-los para os mercados turísticos nacionais.