Sobre a decisão da paróquia em retomar, este ano, a romaria no percurso Ribeira das Patas/cidade do Porto Novo, com o transporte de carro da imagem do santo padroeiro, gerou alguma polémica no seio dos porto-novenses, que têm demonstrado o seu desacordo.
Para esclarecer esse assunto o pároco porto-novense disse hoje acreditar que a retoma da peregrinação da imagem mesmo em condições excepcionais, que acontece a 23 de Junho tranquiliza os fiéis nestes tempos difíceis, marcados pela covid-19.
É de recordar que a referida peregrinação existe há décadas, e sempre foi realizada a pé, com a imagem do santo transportado aos ombros das pessoas ao longo de um trajecto de mais de 20 quilómetros.
Apesar de no ano passado essa manifestação foi suspensa devido à covid-19, e para que não aconteça o mesmo este ano, a Igreja Católica decidiu retomar a romaria, que constitui o ponto alto do programa religioso das festividades de São João, no Porto Novo, com a condição de que a imagem será transportada de carro para evitar aglomerações.
“As pessoas podem, também, de carro, acompanhar a peregrinação, respeitando as orientações das autoridades de saúde”, explicou José Pires, que pede a “compreensão” dos devotos, acrescentando que a retoma da peregrinação visa “conservar” a parte religiosa das festividades, que envolvem toda a população do Porto Novo.
As actividades religiosas arrancaram desde do dia 14 de Junho com novena de São João, e prosseguirá até o dia 24, com celebração de três missas, duas das quais na Ribeira da Igreja, considerada, para muitos, o santuário deste santo, cuja imagem terá chegado a Cabo Verde, proveniente de Portugal, em 1616 (século 17).