Durante o seu discurso em comemoração da Independência de Cabo Verde, o ministro das Comunidade Jorge Santos começou por dizer que Cabo Verde conquistou o seu lugar no mundo com os cabo-verdianos que partiram para diáspora, o que hoje é estimada em mais de um milhão, dos quais mais de 500 mil residam nos EUA.
“5 de Julho é um dia de comemoração, mas também da necessária reflexão sobre o percurso realizado e de projecção do futuro que queremos para as novas gerações de cabo-verdianos”, diz o ministro.
Jorge Santos afirma que é com orgulho que se conseguiu construir um país de desenvolvimento médio, com uma democracia de referência em África e no mundo, com eleições livres, seguro, com respeito pelos direitos humanos e pelas leis, com liberdade de imprensa, com um sistema judicial independente.
“A Diáspora apoiou com entusiasmo todo o processo de independência de Cabo Verde desde o inicio, o que testemunha que o sentir e ser cabo-verdiano transcende o simples declarar de amor a Cabo Verde, porque em todos os momentos ela dá a prova de amor” garante o governante.
Mencionou também a “ajuda e o suporte da diáspora” em situações de calamidades nacionais, como as secas severas que assolam constantemente o país, nas erupções vulcânicas, e nesta terrível crise sanitária provocada pela pandemia do COVID-19, que tem dificultado o quotidiano das pessoas em todo o mundo.
Referiu que a contribuição das comunidades na economia nacional lembrando que “é importante e substancial”. “As remessas enviadas de 2010 a 2020 totalizam 180,1 milhões de contos (2 mil milhões de Dólares Americano). Em 2020 atingiram o valor de 20, 8 milhões de contos.
Um aumento de quase 13% em plena pandemia” recordou. Segundo o governante o Governo criou o Ministério das Comunidades, dando centralidade a diáspora cabo- verdiana, porque entende que as nossas comunidades, espalhadas pelo mundo, são uma extensão das nossas ilhas do ponto de vista identitário, cultural, económico e de conhecimento.
“Propomos que a diáspora cabo-verdiana sinta, cada vez mais, como parte integrante e activa da nação e aproxime, cada vez mais de Cabo Verde”.
Acrescentou ainda que esta opção do Governo exige uma visão moderna, políticas públicas proactivas, novos paradigmas de relacionamento e conectividade, reflectidos em instituições capazes de responder adequadamente os desafios da dupla integração que encerra o fenómeno migratório cabo- verdiano: integração no país de acolhimento e integração em Cabo Verde, através dos respectivos centros de interesses económicos, sociais e culturais.
“O Governo com esse ministério pretende trazer a diáspora cabo-verdiana para o centro do debate e das prioridades governamentais do País”.
É nesta perspectiva que o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva decidiu celebrar, oficialmente, o dia da Independência Nacional junto das Comunidades e escolheu os Estados Unidos.
A visita do Governo visa também reforçar a ideia de construção de um consenso geral para um pacto estratégico, de longo prazo, do país com a sua diáspora, lançar instrumentos de contratualização de um “trade-off” geral de Cabo Verde com a sua diáspora, de modo a inaugurar um novo paradigma e novas formas de relacionamento com base em novas políticas de diálogo do país com a sua diáspora e vice-versa, defendendo maior proximidade do governo com a nossa diáspora, promovendo mais e melhor conectividade funcional com recurso as novas tecnologias de Informação e comunicação entre outros.