Habitantes de várias localidades do interior do município do Porto Novo, em Santo Antão, denunciaram hoje o facto de continuarem a pagar as chamadas taxas da Rádio Televisão Cabo-verdiana (RTC), quando essas zonas continuam privados deste serviço.
É o caso da Ribeira da Cruz, onde, segundo a moradora Maria Helena, não se assiste, “há anos”, às emissões da Televisão de Cabo Verde (TCV) mas, mesmo assim, a taxa é cobrada, mensalmente, através das facturas da empresa de Electricidade e Água (Electra).
Na localidade de Martiene, a moradora Graça Pereira diz a Inforpress que é “injusto” as pessoas continuarem a pagar a taxa por um serviço que não é prestado, opinião partilhada por Fernando Jorge, segundo o qual se trata de “uma situação ilegal”.
Em Alto Mira, o morador Idarlino Fortes lembra, também, que “há anos” que não se consegue captar os sinais da TCV, mas, ao longo desse período, as pessoas têm sido obrigadas a pagar a chamada “taxa da RTC”.
Igualmente, na Ribeira Fria, o residente Adilson Gomes alerta para o facto de os populares serem obrigados a pagar um serviço que não é prestado, situação, já por várias vezes denunciada, lembrou.
Entretanto, a Cabo Verde Broadcast, empresa responsável pela implementação e gestão da TDT no País, disse esperar “brevemente” reduzir o número de zonas ainda sem a cobertura da TDT no interior do Porto Novo, com a construção do centro emissor de Moroços, no Planalto Leste, já em andamento.
Este centro, informou a Cabo Verde Broadcast, cobrirá “uma vasta região” do Porto Novo, que terá “sinal de televisão com qualidade”.
A Câmara Municipal do Porto Novo diz ter a garantia desta mesma empresa de que está prevista a construção de uma emissora no Planalto Norte, mais precisamente na zona da Aldeia do Norte.
Os agricultores em todas as localidades, onde há sistema de produção de água com recurso à energia convencional, fornecida a partir da rede pública, dizem-se descontentes com o facto de essas unidades serem obrigadas a pagar, também, a taxa da RTC”.